Interven莽茫o – mdc . revista de arquitetura e urbanismo //28ers.com Mon, 29 Apr 2024 14:19:56 +0000 pt-BR hourly 1 //i0.wp.com/28ers.com/wp-content/uploads/2023/09/cropped-logo_.png?fit=32%2C32&ssl=1 Interven莽茫o – mdc . revista de arquitetura e urbanismo //28ers.com 32 32 5128755 Interven莽茫o – mdc . revista de arquitetura e urbanismo //28ers.com/2024/03/12/casa-saracura/ //28ers.com/2024/03/12/casa-saracura/#respond Tue, 12 Mar 2024 23:28:22 +0000 //28ers.com/?p=15917 Continue lendo ]]> Por [entre escalas]
8 minutos

Casa Saracura (texto fornecido pelos autores)

A Casa Saracura faz parte de um conjunto de sobrados geminados construídos na década de 1940 no bairro do Bexiga, São Paulo. Em resistência à atual especulação imobiliária no bairro, a renovação do sobrado busca preservar a memória deste bairro tradicional mantendo a fachada original e a configuração do pátio existente.

Fotografia: Pedro Kok

Como partido de projeto, a estrutura original da casa é revelada, assim como o muro de arrimo histórico, típico da topografia existente do Bexiga que aparece como elemento visível a partir de diversos ambientes da casa. Manter a relação visual com o muro de arrimo existente é uma das premissas do projeto.

Fotografia: Pedro Kok

O córrego Saracura, normalmente invisível aos olhos, passa bem atrás do terreno deixando o muro de arrimo constantemente úmido, onde a vegetação brota espontaneamente. Diante desta singular condição, a fonte entra como o principal elemento simbólico do projeto. Um tanque e um caminho d’água foram propostos, captando as águas do Saracura, e trazendo as águas para dentro do pátio, à vista de todos.

Fotografia: Pedro Kok

O volume da casa se manteve inalterado, porém uma única abertura no assoalho do primeiro pavimento abre um vazio que busca uma maior entrada de luz natural e relações visuais entre os dois níveis da casa ao mesmo tempo que incorpora uma nova dimensão no andar inferior.

Fotografia: Pedro Kok

No pavimento superior, as alvenarias do dormitório central foram removidas configurando o escritório como um espaço aberto, entre os dormitórios, que se abre para este vazio. Assim, a bancada de trabalho do mezanino mantém relações visuais com o pátio e com o muro de arrimo ao fundo do lote, além de ter a função de proteção ao vazio.

Planta Térreo Superior + Primeiro Pavimento + Cobertura

Novas aberturas foram propostas para a maior entrada de luz e ventilação natural nos ambientes internos, desenhadas em serralheria. O reboco das paredes laterais foi removido, expondo a técnica construtiva histórica da casa de alvenaria estrutural de tijolos. A remoção do forro existente de estuque revela a estrutura de madeira, tanto no térreo superior e no primeiro pavimento, expondo a estrutura original de madeira do piso de assoalho e do telhado, além de oferecer amplitude aos ambientes internos.

Fotografia: Pedro Kok

Uma das premissas do projeto foi a recuperação de elementos originais de valor arquitetônico. A escada e guarda-corpo de madeira, cobertos de tinta em situação existente, foram restaurados, e o piso de madeira existente do pavimento superior foi recuperado. O convite da escada integra-se ao banco de concreto, mobiliário fixo das salas.

Fotografia: Pedro Kok e Marina Panzoldo Canhadas (obra)

Novos elementos de concreto armado foram propostos: a parede do lavabo, o banco e prateleira na sala, a mesa na cozinha que avança no pátio e a bancada do banho da suíte. A mesa da cozinha, assim como a nova abertura de acesso ao pátio pela sala, estabelece novas relações entre os espaços internos e externos da casa. Um jardim em toda a extensão do pátio também foi proposto, trazendo o verde para dentro da casa.

Fotografia: Pedro Kok


Sobre o projeto: Entrevista exclusiva para MDC.

por Entre Escalas (E.E.)

MDC – Como você contextualiza essa obra no conjunto de toda a sua produção?

E.E. – O projeto da Casa Saracura surgiu após a realização de outra obra em 2015 também no Bexiga, a Casa na Rua Rocha. Tratava-se também da recuperação de um sobrado geminado da década de 1940, bem perto da Casa Saracura.

Por coincidência, no mesmo ano de desenvolvimento do projeto da Casa Saracura, também estávamos realizando o projeto da Casa Apiacás, que também tratava da recuperação de um sobrado geminado em Perdizes.

Estas três obras, Casa Rua Rocha (2015-2016), Casa Apiacás (2020-2021) e Casa Saracura (2020-2022) representam de certo modo uma trilogia de intervenção em sobrados existentes, e a Casa Saracura, talvez por ser a última, consegue condensar ideias que ganharam certa liberdade a partir de questões trabalhadas e aprendidas nas outras.

MDC – Como foi o mecanismo de contratação do projeto?

E.E. – Contratação direta, os clientes me encontraram através de publicações da Casa Rua Rocha realizada também no Bexiga em 2015-2016.

MDC – Como foi a fase de concepção do projeto? Houve grandes inflexões conceituais? Você destacaria algum momento significativo do processo?

E.E. – Nas recuperações de sobrados geminados antigos, é sempre importante considerar quais elementos arquitetônicos devem ser preservados / recuperados. Assim como garantir uma melhor entrada de luz e ventilação natural, por conta da configuração dos lotes: estreitos e compridos. A Casa Saracura já havia passado por algumas reformas anteriores, e os caixilhos já não eram originais. O pátio também havia sido transformado, incluindo a construção de uma escada externa de acesso a um quartinho no primeiro pavimento. Dada esta situação existente, outra estratégia de projeto importante é a de estabelecer novas relações entre as áreas internas e externas da casa, fazendo com que o pátio, por exemplo, típico das casas geminadas do Bexiga, tenha relação contínua com os espaços internos. Desse modo, novas espacialidades são criadas. O momento importante foi a descoberta do córrego Saracura passando atrás do lote. Esta condição singular do terreno, fez com que a fonte se tornasse um elemento simbólico importante do projeto. Junto com o tanque e o caminho d´água ao longo do pátio, tornando visível as águas do córrego Saracura.

MDC – Nas etapas de desenvolvimento executivo e elaboração de projetos de engenharia houve participação ativa do autor? Houve variações de projeto decorrentes da interlocução com esses outros atores que modificaram as soluções originais? Se sim, pode comentar as mais importantes?

E.E. – Todo o processo de desenvolvimento do projeto contou com a participação ativa da autora. Foram feitas diversas reuniões entre ambas partes. O Projeto de Arquitetura já contemplava o reforço estrutural, então o projeto de estrutura seguiu a Arquitetura, com devido dimensionamento do reforço estrutural metálico. O que mudamos na obra foi a construção de novas lajes de concreto aparente moldadas in loco na lavanderia e no banho principal, pois a laje existente na lavanderia estava abaixo do nível do piso superior e deteriorada pela umidade. E a cobertura do banho superior (o que anteriormente era um pequeno dormitório de serviços), também estava deteriorada, então ao invés de realizarmos novo vigamento de madeira, fizemos também laje de concreto aparente, marcando e destacando a intervenção neste trecho da casa.

MDC – O autor do projeto teve participação no processo de construção/implementação da obra? Se sim, quais os momentos decisivos dessa participação?

E.E. – Sim, ao longo de todo o processo da obra foram realizadas duas visitas semanais. Todas as definições e eventuais alterações de projeto foram validas in loco com a participação de todos os envolvidos, inclusive os clientes. O que ajudou muito na dinâmica e ritmo da obra. Foi uma obra realizada com horário restrito durante a pandemia, o que somou mais um desafio para todos.

MDC – Você destacaria algum fato relevante da vida do edifício/espaço livre após a sua construção?

E.E. – Sem dúvida, a relação com o pátio. Como comentado anteriormente, a relação entre os espaços internos e externos da casa se fez de forma contínua, propondo novas espacialidades e materialidades. Além de fazer com que o muro de arrimo existente, típico pela topografia do bairro, ganhasse presença e visibilidade a partir de diversos ambientes da casa. E também a relação com o córrego Saracura, pois numa cidade onde a maioria dos córregos são canalizados, a fonte e o caminho d´água propostos não são apenas elementos poéticos, mas tratam também da memória do bairro, da cidade.

MDC – Se esse mesmo problema de projeto chegasse hoje a suas mãos, faria algo diferente?

E.E. – Acreditamos que cada projeto apresenta questões específicas, embora seja possível prever estratégias de projeto neste tipo de situação existente.  E também com o passar do tempo, experiências vividas e pesquisas realizadas vão somando às novas propostas e novas ideias.

MDC – Como você contextualiza essa obra no panorama da arquitetura contemporânea do seu país?

E.E. – É uma obra de pequena escala, de uso residencial, mas que faz parte de uma demanda bem comum de trabalho da minha geração.

MDC – Há algo relativo ao projeto e ao processo que gostaria de acrescentar e que não foi contemplado pelas perguntas anteriores?

E.E. – A Casa Saracura foi selecionada para participar do 9º Prêmio de Arquitetura Akzonobel em 2023 ao lado de outros 9 projetos, para minha grande surpresa. Projetos de pequena escala raramente são contemplados em premiações / exposições de Arquitetura, e esta participação, sem dúvida, fez com que o projeto ganhasse importância no panorama nacional da produção contemporânea. Além da participação da exposição, algumas atividades foram realizadas, como a própria visita à casa com público externo e a publicação do projeto no catálogo desta edição do prêmio.


projeto executivo


SÉRIE 100:
DESENHOS GERAIS

16 formatos (pdf).
5,38mb


SÉRIE 200:
PISO, FORRO E ELÉTRICA

9 pranchas (pdf).
3,05mb


SÉRIE 300:
AMPLIAÇÃO ÁREAS MOLHADAS

4 pranchas (pdf).
1,17mb


SÉRIE 400:
AMPLIAÇÃO CAIXILHOS

5 pranchas (pdf).
0,57mb


ficha técnica

Local: São Paulo, SP
Ano de projeto: 2020
Ano de conclusão: 2022
Período de execução: Maio 2021- Março 2022
Área do terreno: 105 m²
Área do projeto: 143 m²
Arquitetura: Marina Panzoldo Canhadas
Colaboradores: Joaquin Gak, André Nunes e Andrei Silva


Reforço Estrutural:
Eduardo Orellana
Construtor:
Eduardo Napchan


Fotos: Pedro Kok e Marina Panzoldo Canhadas (obra)


galeria


colaboração editorial

Renan Maia

deseja citar esse post?

CANHADAS, Marina Panzoldo. “Casa Saracura”. MDC: Mínimo Denominador Comum, Belo Horizonte, s.n., mar-2024. Disponível em //www.28ers.com/2024/03/12/casa-saracura. Acesso em: [incluir data do acesso].


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//28ers.com/2024/03/12/casa-saracura/feed/ 0 15917
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8 minutos

Projeto TransBorda! (texto fornecido pelos autores)

E se os lugares não tivessem muros?
E se nossa casa ficasse sempre aberta?
E se nossa cidade fosse feita apenas de espaços abertos, desimpedidos, irrestritos, interligados?
E se a gente não aceitasse a ideia de que, para convivermos, seria preciso nos prendermos atrás de muros e evitarmos o perigo que acreditamos morar lá fora, a assustadora ameaça do outro?

Fotografia: Renato Mangolin

As violências cotidianas formam a face mais dura da vida na cidade. Para se proteger, a gente demanda muros que cristalizam “nossos medos mais profundos”, como diz o arquiteto paulista Angelo Bucci. Essa construção coletiva do medo invade todos os lugares e assume as mais diversas formas, das mais etéreas às mais sólidas, das mais cristalinas às mais opacas.

Fotografia: Renato Mangolin

À criança, a imaginação permite enxergar no muro algo além da sua condição de divisão. Permite enxergá-lo como algo a ser atravessado, algo atrás do qual mora o desconhecido, a surpresa, um novo lugar a descobrir. A imaginação tem o poder de desafiar a realidade.

Fotografias: Renato Mangolin

Convidados pelo MAR (Museu de Arte do Rio) a criar uma arena para a programação pública de rodas, debates e performances durante o período da exposição “Quem não luta tá morto! Arte, Democracia e Utopia? nós nos propusemos a provocar os próprios limites do museu com o espaço público. Imaginamos um conjunto de arquibancadas e plataformas que transformasse o ato de ocupar os pilotis do MAR num gesto de atravessamento de muros e ativação do espaço público.

Fotografia: Daniela Paoliello

TransBorda age como um dispositivo poético para provocar a realidade e fazer um chamado à imaginação, pondo corpos de todas as formas e idades em movimento sobre pés e mãos para atravessar o muro de vidro do pilotis do Museu de Arte do Rio. À semelhança de coisas como escorrega, pula-pula e trepa-trepa, TransBorda é verbo conjugado na ação do presente tanto quanto no imperativo, uma convocação à ação: transborda! Levanta pontes e desfaz, mesmo que por um momento, os muros de vidro que aprendemos a aceitar.

Enquanto lutamos para derrubá-los, talvez só mesmo a leveza da imaginação das crianças nos permita suspender a gravidade dos muros que conformam nossa realidade.

Diagramas e uso e da proposta

A instalação funcionou entre setembro de 2018 e maio de 2019, e tornou-se uma atração amplamente apropriada pelas crianças do bairro e visitantes, sendo uma importante iniciativa dentro de um reposicionamento estratégico do museu na comunidade e na cidade, empreendido por sua nova direção, e que tem resultado em significativa ampliação de público. Acreditamos que projetos como esse, em que pesam a efemeridade provocativa da intervenção, a atenção ao espaço público como gesto artístico e o protagonismo dos encontros humanos sobre a forma arquitetônica per se, ajudam a ampliar o campo de pesquisa da arquitetura para além dos seus limites usuais.

Fotografias: Renato Mangolin


Sobre o projeto: Entrevista exclusiva para MDC.

por Antonio Pedro Coutinho (Doca)

MDC – Como você contextualiza essa obra no conjunto de toda a sua produção?

Doca – A instalação funcionou entre setembro de 2018 e maio de 2019, e tornou-se uma atração amplamente apropriada pelas crianças do bairro e visitantes, sendo uma importante iniciativa dentro de reposicionamento estratégico do museu na comunidade e na cidade, empreendido pela sua nova direção, o que resultou numa expressiva ampliação de público. Acreditamos que projetos como esse, em que pesam a efemeridade provocativa da intervenção, a atenção ao espaço público como gesto artístico e o protagonismo dos encontros sobre a forma arquitetônica per se, ajudam a ampliar o campo de pesquisa da arquitetura para além dos seus limites usuais. Este campo de ação e fricção na fronteira entre a rua e o equipamento cultural passou a ser, para nós, um objeto importante de pesquisa, justamente por permitir tensionar os limites aceitos entre as esferas pública e privada. A intervenção tornou-se, assim, dentro do conjunto das obras do Estúdio, uma comprovação da capacidade de intervenções efêmeras em gerarem provocações importantes na direção da qualificação do espaço público e da importância do papel de instituições culturais na proposição deste tipo de debate.

MDC – Como foi o mecanismo de contratação do projeto?

Doca – Tudo começou com uma provocação que fizemos ao museu sobre os limites do prédio com a cidade. O museu procurava ideias para se reposicionar e havia nos apresentado uma pesquisa com o público de bastante valor. De acordo com os questionário, a população do Rio de Janeiro, não sabia que aquele prédio era um museu, e muitos achavam inclusive que ali era a bilheteria do Museu do Amanhã, localizado do outro lado da praça. Com isso, ficou evidente pra nós a necessidade de trabalhar essa entrada, a arquitetura “agir?como um convite ao museu, mesmo que de maneira efêmera modificar a percepção desse equipamento público. Acabamos sendo contratados de forma direta para a intervenção.

MDC – Como foi a fase de concepção do projeto? Houve grandes inflexões conceituais? Você destacaria algum momento significativo do processo?

Doca – O projeto é o resultado de uma proposição provocativa que se dá a partir da convergência de inquietações inerentes ao comissionamento da obra. Primeiro, deveria servir como uma instalação efêmera com a finalidade de abrigar, como uma arena nos pilotis do museu, a programação pública de uma exposição dedicada à ideia de democracia na arte contemporânea. Este objetivo nos provocou a refletir sobre a ideia de espaço público como espaço de conflitos, isto é, a arena onde se dá o exercício da democracia. A isso somou-se uma observação crítica à arquitetura do museu que, ao requalificar um antigo edifício modernista, cercou seus pilotis com um muro de vidro, construindo uma barreira entre a rua e uma instituição que se pretende aberta. Finalmente, nossa provocação só foi possível graças a uma visão estratégica da diretoria da instituição à época, de que, para se reposicionar, o museu precisava provocar-se, renovar-se, oxigenar-se. Pela sua visibilidade e atração imediata para o público, especialmente as crianças moradoras da região, a instalação contribuiu para que o museu estreitasse os laços de pertencimento com sua comunidade e construísse novas referências institucionais para o grande público.

MDC – Nas etapas de desenvolvimento executivo e elaboração de projetos de engenharia houve participação ativa do autor?

Doca – O projeto foi todo conduzido por nós, desde a concepção estrutural, desenvolvida posteriormente em conjunto com o calculista, até a execução, feita por dois serralheiros/cenotécnicos.

MDC – Houveram variações de projeto decorrentes da interlocução com esses outros atores que modificaram as soluções originais? Se sim, pode comentar as mais importantes?

Doca – O projeto apesar de muito simples formalmente, envolveu uma série de instâncias de aprovações governamentais que de fato interferiram no processo, principalmente a Secretaria de Cultura por se tratar de um mobiliário urbano. O projeto de fato se colocava como um objeto tensionador onde a negociação com os órgãos públicos se fez necessária.

MDC – O autor do projeto teve participação no processo de construção/implementação da obra?

Doca – Tanto o processo de construção no galpão dos serralheiros quanto a implantação foram acompanhadas exaustivamente para que tudo corresse perfeitamente.

MDC – Você destacaria algum fato relevante da vida do edifício/espaço livre após a sua construção?

Doca – Lembro-me claramente de uma cena que jamais esquecerei desse projeto. Por se tratar de equipamentos muito semelhantes a brinquedos de pracinha, a instalação era frequentada exaustivamente por crianças da região. Certa vez um monitor do museu me informou que havia crianças brincando e perguntaram a elas o que era ali. Uma das crianças prontamente respondeu: “Aqui era um museu, agora é um parque?

De alguma maneira todo trabalho efêmero imprime no lugar alguma memória. Mesmo que em um curto espaço de tempo e memória, espero que tenha se tensionado a ideia de fronteira, principalmente pelo fato desse equipamento urbano que é o museu não ser considerado espaço de pertencimento para todos da cidade.

MDC – Se esse mesmo problema de projeto chegasse hoje a suas mãos, faria algo diferente?

Doca – Faria o escorrega menos inclinado. Ele de fato era uma experiência radical?rsrsrs

MDC – Como você contextualiza essa obra no panorama da arquitetura contemporânea do seu país?

Doca – A falta de projetos dos espaços urbanos públicos no Brasil acaba abrindo um espaço para intervenções temporárias como oportunidades de se pensar a cidade.


projeto executivo


EXECUTIVO COMPLETO

2 pranchas (pdf).
3,44mb


ficha técnica

Local: MAR (Museu de Arte do Rio), Praça Mauá, Rio de Janeiro, RJ
Ano de projeto: 2018
Arquitetura: Antonio Pedro Coutinho e Adriano Carneiro de Mendonça – Estúdio Chão


Comissionamento:
Eleonora Santa Rosa (Diretora Executiva do MAR, 2018-2019) – Museu de Arte do Rio (MAR)
Cálculo estrutural:
Limonge de Almeida
Serralheria ?módulos trepa-trepa: Dorival Dantas – Serralheria Conservolkis
Cordoaria: Carlos Eduardo Ribeiro do Nascimento (Indio)
Serralheria – módulos arquibancadas: João Luiz Sarti – Serralheria São Jorge


Fotos: Renato Mangolin e Daniela Paoliello
Contato: contato@estudiochao.com


Premiações:
2021 – Menção Honrosa no 8º Prêmio de Arquitetura Instituto Tomie Ohtake AkzoNobel


galeria


colaboração editorial

Renan Maia

deseja citar esse post?

COUTINHO, Antonio Pedro. MENDONÇA, Adriano Carneiro de. “TransBorda!”. MDC: Mínimo Denominador Comum, Belo Horizonte, s.n., fev-2024. Disponível em //www.28ers.com/2024/02/09/transborda. Acesso em: [incluir data do acesso].


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