Mercado do Cruzeiro – mdc . revista de arquitetura e urbanismo //28ers.com Tue, 30 Aug 2011 14:45:10 +0000 pt-BR hourly 1 //i0.wp.com/28ers.com/wp-content/uploads/2023/09/cropped-logo_.png?fit=32%2C32&ssl=1 Mercado do Cruzeiro – mdc . revista de arquitetura e urbanismo //28ers.com 32 32 5128755 Mercado do Cruzeiro – mdc . revista de arquitetura e urbanismo //28ers.com/2011/08/30/escolhido-projeto-de-revitalizacao-do-mercado-do-cruzeiro/ //28ers.com/2011/08/30/escolhido-projeto-de-revitalizacao-do-mercado-do-cruzeiro/#respond Tue, 30 Aug 2011 03:56:45 +0000 //28ers.com/?p=6854 Continue lendo ]]>

Debate e votação ocorreram em evento popular

Neste último sábado, dia 27/08, foi escolhido por júri popular o novo projeto de revitalização do Mercado Distrital do Cruzeiro, em Belo Horizonte, MG. A etapa final da premiação de Arquitetura Viva o mercado! foi realizada no próprio local e contou com a presença de 482 pessoas, dentre moradores, trabalhadores, professores e arquitetos, que votaram e discutiram os três projetos finalistas em um clima de festa e confraternização.

Os três finalistas expuseram e debateram suas idéias e seus projetos foram apreciados pelos moradores do bairro Cruzeiro e entorno, a ACOMEC �Associação dos Comerciantes do Mercado do Cruzeiro e a AMOREIRO �Associação dos Cidadãos do Bairro Cruzeiro. Ao final foi escolhido o projeto n° 06, dos arquitetos Francisco Albano Andrade e equipe: Gian Paolo Lorenzetti e Rodrigo Ferreira Andrade, que contou com um total de 203 votos.

Mantendo a estrutura original do prédio, a proposta escolhida cria uma praça em frente ao prédio da qual parte uma rampa, integrada à estrutura do mercado e que a separa em dois níveis, sendo que o nível superior é destinado para espaço gourmet e bares. O projeto prevê mais 60 lojas no centro de compras e um estacionamento subsolo com 770 vagas, contando, além disso com quadras poliesportivas e uma torre panorâmica como ligação entre o Parque Amilcar Vianna Martins e o Mercado.

O projeto n° 03 de João Diniz, José Luiz Baccarini Neto, Pedro de Carvalho Guadalupe e Marcílio Gazzinelli (fotógrafo), ficou em segundo lugar com 179 votos e o terceiro lugar ficou para o projeto n° 01 de André Luiz Prado, Alexandre Brasil, Bruno Santa Cecília, Carlos Alberto Maciel, Paula Zasnicoff, Pedro Lodi e Rafael Gil Santos, com 97 votos.

O próximo passo será a apresentação do resultado do concurso ao Prefeito Márcio Lacerda que o Vereador Adriano Ventura se ofereceu para intermediar. Com o aval do poder público será possível dar continuidade ao projeto.

Mais sobre a discussão ver: Contra a Demolição do Mercado Distrital do Cruzeiro e sobre os três projetos finalistas: IAB-MG apresenta os finalistas da premiação Viva o Mercado!


Com informações do Estado de Minas e do IAB-MG
Colaboração editorial: Danilo Matoso

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Apreciação dos projetos selecionados por júri popular será realizada dia 27 de agosto

O IAB-MG apresenta dia 27/08, sábado, os projetos finalistas da premiação de Arquitetura VIVA O MERCADO!. Os 03(três) projetos escolhidos serão analisados por júri popular de acordo com o edital da premiação, o evento ocorrerá no Mercado Distrital do Cruzeiro a partir das 8h30min com encerramento previsto para as 17h. Atividades culturais terão parte no evento durante todo o dia.

Perante ao impasse gerado entre comunidade e prefeitura por conta da reação negativa por parte da sociedade civil ao projeto de revitalização proposto pela Prefeitura de Belo Horizonte, o Departamento de Minas Gerais do Instituto dos Arquitetos do Brasil �IAB MG abriu a Premiação de Arquitetura VIVA O MERCADO!. Ver: Contra a Demolição do Mercado Distrital do Cruzeiro

As inscrições para a premiação foram abertas no dia 06/06 e contou com 07(sete) projetos inscritos dos quais apenas os projetos de número 01, 03 e 06, foram selecionados, por, de acordo com a comissão julgadora, mais se aproximaram das diretrizes propostas pelo edital.

Projeto nº 01: João Antônio Valle Diniz e equipe: José Luiz Baccarini Neto, Pedro de Carvalho Guadalupe e Marcílio Gazzinelli (fotógrafo).

A comissão julgadora avaliou que o ponto forte deste projeto consiste na proposição de uma nova edificação longitudinal ao terreno que oferece usos para garantir sua sustentabilidade econômica, e ao mesmo tempo, aproveita o talude que percorre o todo o terreno do Mercado do Cruzeiro lindeiro à Universidade FUMEC e ao Parque Amilcar Vianna Martins. A volumetria deste novo prédio se harmoniza à paisagem local e preserva satisfatoriamente os grandes vazios urbanos existentes ao redor do Mercado. As intervenções resolvem o programa de necessidades respeitando as principais visadas e se adéquam à escala do entorno e à paisagem urbana.

O projeto oferece alternativas de exploração econômica para o Mercado, cria um oásis verde com a proposição de uma praça pública no nível do mesmo, propõe a manutenção do prédio, liberando parte da fachada e resgatando a concepção original do mesmo. O projeto é propositivo com relação ao entorno ao apontar a requalificação de alguns espaços da Vila vizinha. Entretanto, a integração do projeto com o parque Amilcar Vianna Martins e o Mercado é parcial, criando uma ruptura na continuidade espacial de suas áreas ao verticalizar parcialmente a edificação proposta no ponto de acesso à Rua Ouro Fino.

A linguagem arquitetônica é ponto marcante no projeto trazendo uma rica movimentação de elementos de circulação vertical e horizontal propiciando uma dinâmica ao conjunto proposto. No quesito estacionamento, item impactante e importante de ser solucionado nas proposições, o projeto atende ao estabelecido no edital e resolve a contento.

Projeto nº 03: André Luiz Prado e equipe: Alexandre Brasil, Bruno Santa Cecília, Carlos Alberto Maciel, Paula Zasnicoff,  Pedro Lodi e Rafael Gil Santos.

A comissão julgadora considerou que a organização espacial das intervenções são positivamente racionais, ou seja, oferecem clareza de leitura e funcionalidade aos seus usos. Por outro lado, os membros da comissão apontaram um excesso na altura do novo edifício em relação ao entorno. Este edifício aproveita o talude lateral existente entre a FUMEC e o Mercado com uma única edificação, liberando a visada do Parque Amilcar Vianna Martins. Quanto ao Mercado, propriamente dito, o projeto preserva a sua configuração original. A proposta não interfere diretamente no parque, resolve bem o estacionamento e dota o projeto de uma proposta logística com boa resolução de fluxos. Em termos de viabilidade financeira, a nova torre e as lojas no subsolo são soluções interessantes para permitir a sustentabilidade econômica do Mercado, possibilitando, ao mesmo tempo, a continuidade das funções hoje existentes. Pondera-se, entretanto, que as lojas âncoras propostas para o subsolo podem  instesificar, de maneira constante, o fluxo de veículos na região. Em termos de atendimento à demanda pela criação de novas vagas de estacionamento, o projeto atende a contento. A circulação vertical é outro item positivo na solução de projeto já que foi resolvida utilizando a estrutura da Caixa d’água existente como elemento de ligação entre a Praça do Mercado, o novo conjunto arquitetônico e o parque Amilcar Vianna Martins.

Projeto nº 06: Francisco Albano Andrade e equipe: Gian Paolo Lorenzetti e Rodrigo Ferreira Andrade.

Este projeto propõe um conjunto composto por rampas de circulação, praças e mirantes que “abraçam�o Mercado, oferecendo uma estrutura plástica bem resolvida, com uma rica ambientação de espaços para os usuários. A flexibilidade de usos dos espaços propostos foi considerada como ponto relevante, pois, potencializa a instalação de variados eventos em seu complexo. As novas estruturas de uso se articulam de maneira amigável ao edifício do Mercado embora este tenha seu invólucro modificado. A comissão julgadora entende que o fechamento da Rua Opala limita o fluxo de circulação no bairro gerando entraves de circulação de pessoas e veículos no entorno. Além de resolver bem a demanda por vagas de estacionamento, a proposta melhora a articulação do Mercado com a Universidade e o parque Amílcar Vianna Martins.

No sábado os proponentes apresentarão seus projetos, de acordo com o edital, para apreciação dos moradores do bairro Cruzeiro e entorno e mais especificamente da ACOMEC �Associação dos Comerciantes do Mercado do Cruzeiro e AMOREIRO �Associação dos Cidadãos do Bairro Cruzeiro.


Colaboração editorial: Danilo Matoso

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Arquitetos e comunidade local mobilizam-se contra a demolição

O Mercado Distrital do Cruzeiro, em Belo Horizonte, projetado em 1972 pelo arquiteto mineiro Éolo Maia (1942-2002), pode ser demolido para dar lugar a dois hotéis e um estacionamento para quase dois mil veículos. O projeto de lei que autoriza a demolição do Mercado do Cruzeiro será votado no dia 18 de maio na Câmara de Vereadores. Arquitetos e a comunidade local mobilizaram-se contra a obra, organizando um abaixo-assinado.

Cumprindo importante papel como centro de convivência regional, como outros mercados distritais da capital mineira, o Mercado do Cruzeiro seria a segunda grande perda neste universo local, sucedendo a recente demolição do Mercado Distrital da Barroca (abandonado havia uma década).

Agora porém, as comunidades local e profissional mobilizaram-se contra o projeto da Prefeitura de Belo Horizonte, que nele pretende investir verbas destinadas à infraestrutura da Copa do Mundo. O mercado cumpre uma função gregária natural, além de ser uma relevante obra da arquitetura mineira da década de 1970, com seus elegantes pilares metálicos. A construção do hotel incomoda ainda pelo significativo aumento da densidade em uma área de sistema viário já congestionado.

Para impedir a realização do projeto foi organizado um abaixo-assinado direcionado à prefeitura, contra a demolição defendendo um projeto de revitalização que mantenha o caráter histórico e social do Mercado.

A revista mdc uniu-se a este grupo, apoiando a preservação do mercado como arquitetura e como centro comunitário natural.

Link do abaixo assinado:
//www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=AMOREIRO


Imagens


Nota sobre os mercados

José Eduardo Ferolla

Mercados, como qualquer comércio, só têm sucesso se localizados em regiões de grande fluxo de pessoas.
Originários do souq árabe, ocorriam quase que espontaneamente em encruzilhadas (carrefours) de rotas de caravanas, com o tempo – em função da periodicidade e da importância destas caravanas – uns se firmando mais que outros e se transformando em importantes cidades. Como Marrakesch.

A política dos Mercados Distritais, coisa do início dos anos 70 (foram três, construídos simultaneamente, entre 1972-73, ), já começou equivocada ao ignorar esta vocação na escolha das respectivas localizações. Todos, sem exceção, ficaram situados em locais praticamente inacessíveis:

Mercado Distrital de Santa Tereza (Arqs. João Alberto Bethônico e Luiz Carlos Garcia Chiari):
Num buraco de fim de bairro, numa “vesícula” praticamente cercada pelo Arrudas e pela linha férrea, longe de tudo e de todos.
Várias tentativas de reaproveitar aquelas instalações para fins culturais, relacionadas à tradição boemio-musical do bairro, acabaram por conduzir consulta pública online para decidir a sua destinação, anulada após constatação de que, dentre outros menos conhecidos, até o finado ex prefeito Célio de Castro havia votado… Continua às traças.

Mercado Distrital da Barroca (Arqs.Celso Eustáquio de Oliveira, José Eduardo Ferolla e Sérgio de Paula):
Num local anteriormente ocupado por um sanatório (o que, de origem, já afastava dali as pessoas), não teve como competir com o comércio ao longo do vale, abaixo (Avenida Francisco Sá), onde tudo era também encontrado sem a necessidade de subir encosta tão íngreme e atravessar o trânsito intenso da Avenida do Contorno. Do lado oposto, a barreira era imposta pela linha de quarteirões privativos da polícia. Acabou depredado pelos despachantes que gravitam em torno dos Detrans de qualquer cidade.
 Foi o que mais sofreu com a falta de cuidado: primeiro, acrescido sem respeitar suas diretrizes espaciais originais, depois, pela rapinagem de elementos de vedação e cobertura. Ao final dos anos noventa já estava condenado pela corrosão nos pés dos pilares. Após demolição recente, o espaço foi leiloado e arrematado por rede hospitalar privada, assim, de certa forma, recuperando o seu uso original.

Mercado Distrital do Cruzeiro (Arq. Éolo Maia):
Geograficamente situado em condições similares ao Barroca, por um lado, com o morro do Cruzeiro impedindo o acesso e o forte aclive impedindo competir, do outro lado, com o comércio da Vitório Marçola, conseguiu, contudo, melhor sobrevida. Não como mercado, mas pelo sucesso do restaurante que o ocupou e ainda ocupa, sucesso creditado, inclusive, ao elevado nível socioeconômico daquela região.
E como o que é usado – até sapato – dura mais, é o que se encontra em melhores condições.

A Secretaria Municipal de Abastecimento, vendo-se desprovida de condições de competir com as redes de supermercados e “sacolões”, acabou por deixá-los de lado, naturalmente se decompondo.
Foram todos desaparecendo como os “armazéns” da minha infância e juventude. A maioria, de portugueses. O Armazém Colombo, por exemplo, na esquina de Paraiba com Cristóvão Colombo, atendeu a minha família até ser fechado. Era também meu banco 24 horas. Num aperto, era só assinar na “caderneta” e sair com dinheiro na mão. E entregavam as compras em casa e conheciam todos pelo nome e todos igualmente os conheciam e isso bastava como crédito.
 Não sei se é saudosismo valorizar um tempo em que honestidade era valor.


Colaboração editorial: Luciana Jobim

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