Residencial – mdc . revista de arquitetura e urbanismo //28ers.com Thu, 01 Aug 2024 15:59:03 +0000 pt-BR hourly 1 //i0.wp.com/28ers.com/wp-content/uploads/2023/09/cropped-logo_.png?fit=32%2C32&ssl=1 Residencial – mdc . revista de arquitetura e urbanismo //28ers.com 32 32 5128755 Residencial – mdc . revista de arquitetura e urbanismo //28ers.com/2024/06/17/edificio-casa-pico/ //28ers.com/2024/06/17/edificio-casa-pico/#respond Mon, 17 Jun 2024 13:16:48 +0000 //28ers.com/?p=16953 Continue lendo ]]> Por SPBR Arquitetos
6 minutos

Edifício Casa Pico (texto fornecido pelos autores | traduzido por mdc)

Introdução / Agradecimentos

O estudo preciso realizado anteriormente por Nicola Baserga e Christian Mozzetti, além de fornecer informações básicas sobre as regulamentações de uso do solo em Lugano, nos deu uma direção confiável para o nosso conceito de projeto. Eles nos proporcionaram uma boa base para a nossa proposta e, devido ao trabalho deles, o projeto já estava avançado antes mesmo de começar.

Fotografia: Nelson Kon

Geometria

O polígono irregular que define o terreno tem sete lados e abrange cerca de 1.000m². Os recuos definem um polígono interno (com uma curva em um dos cantos) que corresponde a uma área de 330m², na qual foi possível construir 3m acima do nível do solo.

Planta – Pavimento Térreo


No entanto, dentro dessa figura interna, só podíamos ter 230m² por andar, considerando a altura máxima permitida (seis andares) e o programa do edifício. A geometria das lajes possui dois centros, funcionando como dois núcleos de atividades. Nos três primeiros andares, corresponde a um pequeno apartamento em cada um, e nos três andares superiores, corresponde a dois programas diferentes em um grande apartamento.

Maquetes do edifício

Estrutura

O design da estrutura segue esses dois núcleos.
Cada núcleo é sustentado por uma parede de concreto em formato de “T” que suporta cargas verticais e horizontais. A parede em “T” está associada a duas colunas para cargas verticais. Ambos os núcleos estão estruturalmente combinados com seus “T”s dispostos perpendicularmente para suportar esforços horizontais em ambas as direções. Uma solitária coluna extra fina, colocada no extremo norte, libera a geometria da laje para configurar áreas onde isso não seria possível.

Plantas-tipo: A e B, respectivamente

Essa disposição dos elementos verticais dispensa a necessidade de vigas nas lajes. Portanto, o plano da laje não tem uma direção claramente legível, como geralmente ocorre com uma estrutura com vigas. Como resultado, uma vez dentro do edifício, a geometria rigorosa das paredes e colunas não pode ser facilmente compreendida. Como se, uma vez construído, o edifício renunciasse à sua essência para ser fragmentado, retornando à geometria circundante e à paisagem.

Fotografias: Nelson Kon

Fachadas

Cada fachada é composta por um plano opaco, feito com painéis de madeira, ou um plano transparente, feito com painéis de vidro. O plano opaco sempre encontra um plano transparente. Como resultado, do interior, a vista sempre tem uma abertura para o exterior. Por outro lado, do exterior, o volume do edifício parece não ter sólidos, apenas planos.

Fotografias: Nelson Kon

Nível Térreo

O nível do solo é uma passagem aberta. Especificamente para aqueles que têm o edifício como destino, o nível do solo compartilha dois programas diferentes: habitação e escritório.

Fotografias: Nelson Kon

O espaço do escritório está ligeiramente afundado no meio do jardim. Como resultado, sua altura é menor do que aquela que normalmente associamos a uma construção habitada, e não se pode perceber imediatamente sua função. Além disso, ele foi cuidadosamente colocado ao lado do caminho e protegido pelas duas paredes estruturais de concreto armado. Dessa forma, ele combina duas características contrastantes: por um lado, é bastante discreto; por outro, traz vitalidade a um canto periférico do terreno.

Planta – Pavimento Térreo

Neste nível, o programa de habitação é apenas anunciado por um pequeno prisma abstrato, o hall do elevador, cujo tamanho e característica foram cuidadosamente calibrados para não predominar nesse espaço.

Hall de entrada.
Fotografia: Nelson Kon

Nem casa nem escritório, a predominância no nível do solo é um espaço aberto. Embora cercado por jardins, o solo aqui é completamente construído.

Subsolo

Existem dois andares subterrâneos: a garagem e o depósito.

Cortes A, B e C, respectivamente

A garagem ocupa toda a área disponível, cerca de 650m², e é rasa o suficiente para nos permitir manter uma parede de contenção histórica, e sua função, na rua Pico. Este andar é totalmente iluminado e ventilado naturalmente, e o acesso é proporcionado por uma rampa suave, até para padrões de caminhada. Como resultado, a ambiência deste espaço é percebida como se estivesse na superfície e não em um típico subsolo.

Fotografias: Nelson Kon

O depósito, de 250m², tem um perímetro interno inscrito no andar anterior. O recuo das bordas evita o uso de ambas paredes de contenção de altura dupla e escavação nas fronteiras.

Baixo consumo de energia

Todos os painéis de fachada foram projetados seguindo parâmetros definidos por nosso consultor para alcançar o melhor desempenho energético. O painel de madeira externo é ventilado e montado em uma estrutura que contém camadas sucessivas de isolamento térmico, barreira de vapor e um painel interno de drywall. O vidro possui painéis triplos em molduras de alumínio. As fachadas envidraçadas voltadas para sul e oeste são sombreadas por uma persiana de alumínio retrátil.

Fotografia: Nelson Kon

Ventilação controlada:
As perdas térmicas são drasticamente reduzidas devido a um sistema mecânico de ventilação controlada, independente em cada apartamento.

Sistema geotérmico:
Mais uma estratégia adotada para reduzir drasticamente o consumo de energia para aquecimento e resfriamento é o sistema geotérmico. Quatro sondas geotérmicas descem 225m em loops verticais.

Todos esses aspectos visam a construção de baixo consumo de energia e permitem alcançar o padrão suíço de consumo de energia, o Minergie.

Fotografias: Nelson Kon


projeto executivo


EXECUTIVO COMPLETO
99 formatos (pdf).
14,40mb


ficha técnica

Local: Lugano, Suíça
Ano de início de projeto: 2008
Ano de conclusão da obra: 2013
Área do terreno: 992 m²
Área do projeto: 2661 m²
Arquitetura: SPBR Arquitetos (Angelo Bucci, autor principal; Tatiana Ozzetti, Ciro Miguel, Eric Ennser, Giovanni Meirelles de Faria, João Paulo Meirelles de Faria, Juliana Braga, Nilton Suenaga, Fernanda Cavallaro, Joaquin Corvalan e Victor Próspero) Baserga Mozzetti Architetti (Nicola Baserga, Christian Mozzetti, Marilena Quadranti e Thea Delorenzi)


Estrutura:
Ingegneri Pedrazzini Guidotti (Andrea Pedrazzini, Eugenio Pedrazzini, Roberto Guidotti, Karin Lehmann e Ladislao Ricci)
Fachadas:
Feroplan Engineering (Marc Bischoff)
Física da construção: Physarch (Mirko Galli)
Instalações prediais: Studio Tecnico Ferreti (Idalgo Ferreti); Crivelli; Aircond; ACR
Energiebohr
Elétrica: Elettronorma (Daniele Ruess, Daniele Baruffaldi), Etavis (Mauro Marzini)
Proteção contra incêndios: Studio Tecnico Geo Viviani
Impermeabilização: Visetti Isolazioni
Iluminação: Reka (Ricardo Heder); Tulux
Construção: Pedrazzini Construzioni (Luigi Pedrazzini e Alan Del Giorgio)

Fornecedores

Fachadas / Vidro e metálica: Generalmast (Giuseppe Turati)
Fachadas / Madeira: Bissig Gebr Holzbau GmbH (Martin Bissig)
Marcenaria: Veragouth (Oliver Moggi); Cavaleri Mobili (Peter Schrämmli)
Serralheria: Officine Cameroni (Paolo Tosi); Symecom (Gianni Summo)
Piso / Granilite: Tonella Loris
Vidros: Glasvetia (Samuele Perone)


Fotos: Nelson Kon
Contato: spbr@spbr.28ers.com


galeria


colaboração editorial

Renan Maia

deseja citar esse post?

BUCCI, Angelo et al. “Edifício Casa Pico”. MDC: Mínimo Denominador Comum, Belo Horizonte, s.n., jun-2024. Disponível em //www.28ers.com/2024/06/17/edificio-casa-pico. Acesso em: [incluir data do acesso].


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Residencial – mdc . revista de arquitetura e urbanismo //28ers.com/2012/03/18/casa-fuke/ //28ers.com/2012/03/18/casa-fuke/#respond Sun, 18 Mar 2012 15:00:01 +0000 //28ers.com/?p=7265 Continue lendo ]]>

Flávio Kiefer

A Casa Fuke nasceu de uma idéia de abrigo, como uma grande cobertura acolhendo uma casa e dois ateliers dos artistas Mauro Fuke e Lia Menna Barreto, que escolheram viver longe da cidade. Localizada em campo aberto, condicionada pelos poucos recursos financeiros e pela construção em etapas, o mais importante, em primeiro lugar, era garantir sombra e proteção contra as chuvas. A subdivisão funcional seria realizada aos poucos e a obra tocada pelo proprietário. O diferencial deste projeto era que o cliente sendo um escultor que projeta suas obras em 3D, tinha completo domínio do que estava sendo projetado. Era ele quem montava os renders do projeto a partir dos planos elaborados em cad.

A cobertura composta de arcos treliçados e telha metálica, comuns aos galpões industriais, foi uma solução rápida e econômica, lembrada a partir de uma experiência bem sucedida de reaproveitamento de um estábulo para uma casa. O desfrute de uma área seca maior que a projeção da casa é muito bom para quem mora no campo e tem que enfrentar um inverno frio e chuvoso como o do sul do Brasil. Esta grande nave, de 10 metros de diâmetro por 46 de comprimento, abriga uma construção linear: um arrimo de pedra grês a cada 4 metros sustenta lajes de forro pré-fabricadas. Os fechamentos, do lado norte, são esquadrias que aproveitam todo o sol bom e, do sul, paredes armário sintonizadas com o modo de viver japonês dos donos da casa.

A simplicidade da solução resultou em grande complexidade de desenho. A idéia, apesar de poder ser explicada com um único corte transversal, teve uma aplicação prática bastante complexa quando transposta para um terreno com forte declive coincidente com a orientação leste-oeste. O melhor aproveitamento do sol praticamente obrigava a alinhar a casa junto à divisa sul. O problema foi resolvido com a subdivisão da nave, desnivelando-a de tanto em tanto de acordo com o programa: casa, atelier 1 e atelier 2. O partido, quase banal, ganhou riqueza espacial e complexidade. Os arrimos divisores se tornavam paredes de fechamento dos oitões e, logo, também podiam substituir parte dos arcos. Entre a casa e o primeiro atelier, a garagem é localizada como um interstício. É o único trecho entre dois arrimos que não tem arco. Os desníveis fizeram surgir diferentes encontros da cobertura curva com os planos horizontais e verticais, gerando problemas arquitetônicos importantes. O corte da idéia original se transformou em 6 cortes diferentes! O exercício de projeto talvez tenha sido o de descobrir os limites da transgressão de uma regra sem feri-la mortalmente.

[texto fornecido pelos autores do projeto]


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Casa Fuke

por Edson Mahfuz

“Só em épocas de confusão floresce o comentário”.

Em um breve texto sobre algumas casas do arquiteto Berthold Lubetkin, Helio Piñón chamava a atenção para dois fatos que tem a ver com a atividade a que me dedico neste momento. Por um lado, recordava que as revistas dos anos cinquenta apresentavam os projetos acompanhados de memórias curtas que apenas tratavam dos seus aspectos construtivos mais evidentes. A parte gráfica consistia em desenhos impessoais e fotos que recriavam os valores formais daquelas arquiteturas. Ninguém estranhava o procedimento, e o estudo demorado daqueles desenhos e fotos foi o modo principal de disseminação da arquitetura moderna em várias partes do mundo.

Por outro lado, como bem assinala Piñón, com os anos setenta “chegou a inflação do comentário”, consequência da perda da capacidade cognoscitiva que era característica da modernidade. O juízo estético foi substituído por uma enxurrada de considerações de cunho ideológico e moral; a crítica “abandonou o domínio da forma como âmbito específico da sua ação para se envolver com o comentário simbólico de realidades transcendentes”.

Com isso, a publicação de projetos e obras construídas passou a ser acompanhada de longos e densos textos que nos informavam da sua importância e dirigiam a nossa percepção.

Eu não gostaria, nesta breve intervenção, nem de confundir o leitor com a apresentação de alguma teoria estapafúrdia que utilise o trabalho de Flávio Kiefer como pretexto para me pavonear, nem muito menos subestimar a inteligência do leitor descrevendo e explicando aquilo que é evidente e pode ser percebido por qualquer arquiteto ou estudante de arquitetura medianamente inteligente que se dedique a examinar os desenhos e fotos que acompanham este texto.

O motivo primordial para se estudar uma obra arquitetônica é aprender com ela, um aprendizado que só é real e profícuo se for caracterizado pela extração de critérios gerais de projeto, e pelo desenvolvimento da capacidade de extrapolá-los a outros casos.

Nem todos os projetos ensejam esse aprendizado. Alguns já vem viciados da origem, em geral projetos que se apoiaram na aparência de algum precedente, ao invés de tomar a sua substância como ponto de partida, deixando de lado os aspectos específicos do problema arquitetônico que deveriam resolver.

O projeto aqui apresentado, a casa/ateliê de dois artistas plásticos de Porto Alegre, de autoria de Flávio Kiefer, oferece ampla oportunidade para reflexão e aprendizado. Sua essência pode ser resumida dizendo que é uma série de muros paralelos de gres, com os espaços entre eles cobertos por coberturas metálicas curvas. A própria possibilidade de ser descrito em meia dúzia de palavras já o credencia a uma maior atenção: a identidade formal é uma característica da boa arquitetura. Essa identidade formal tão clara é condição da universalidade da proposta: qualquer pessoa dotada de capacidade de observação pode entender a estrutura formal desta casa sem maiores dificuldades.

A estratégia formal básica é desenvolvida em uma série de naves de distinta largura: 4m na parte residencial, 10m nos ateliês, com uma faixa de transição de 6m entre os dois setores. Há variações também no comprimento dos muros de gres, mais curtos na parte residencial, e na relação entre a cobertura e os muros: na maioria das vezes a curva está contida entre os planos paralelos, mas também sobressai em relação a eles em pelo menos um caso.

Uma das vantagens da estrutura formal empregada é que a disposição dos planos de gres paralelamente às curvas de nível permite fácil acomodação ao terreno: a cobertura abriga espaços de altura diferente sem ter que ser elevada.

Talvez a característica da Casa Fuke que mais agrade àqueles já cansados de tanto historicismo e experimentação com o dinheiro e a vida alheios seja a total ausência de sentimentalismo no seu projeto. Não há qualquer referência a precedentes históricos estrangeiros nem à obviedade da casa tradicional de campo gaúcha. Só isso já seria louvável, conferindo a esse trabalho uma autenticidade que não é moeda corrente nos dias de hoje.

A sensação de aconchego que normalmente se espera de uma casa é obtida pelo emprego de um material com grande qualidade tátil, a pedra de gres, pela presença de vegetação abundante –a qual suaviza a cobertura metálica de origem industrial– pelos objetos e mobiliários escolhidos pelos habitantes , sem qualquer concessão aos hábitos nostálgicos que costumam tornar interiores domésticos em cenários pouco confortáveis. A isso se soma a possibilidade de longas vistas desde o piso superior, resultando numa complexidade notável para uma casa baseada em um estrutura formal tão elementar.

Uma qualidade desta casa me parece muito relevante: sua estrutura formal, tomada como um critério genérico de projeto, pode ser extrapolada a muitas outras situações projetuais. Assim, é possível imaginar outras estruturas em que, por exemplo, os muros ganham espessura e abrigam espaços secundários, servindo de apoio aos espaços principais entre eles. Este mesmo esquema pode ser usado em soluções com maior número de pavimentos. Outras das muitas extrapolações possíveis envolveriam o uso de diferentes formas de cobertura. Planos horizontais como cobertura seriam uma alternativa óbvia, abóbadas apoiadas nos muros de gres outra opção muito comum nos anos 60 e 70.

Portanto, estamos diante de uma obra com muitas qualidades. Algumas diretas e palpáveis, inerentes ao próprio objeto, outras apenas latentes, mas igualmente importantes, como a possibilidade de se imaginar muitos outros edifícios derivados da sua estrutura formal. É desse modo silencioso e indireto que a boa arquitetura vai gerando seus frutos.

Junho 2005

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projeto executivo

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Local: Eldorado – RS
Ano do projeto: 2002/2003
Área do terreno: 1.800m²
Área Construída: 472m²
Arquitetura: Arq. Flávio Kiefer
Colaboração: Arq. Marcelo Kiefer
Estruturas: RKS-Engenharia de Estruturas- Eng° João Kerber
Instalações Elétricas e Hidráulicas: Arcilda Zimmerman
Paisagismo: Maria José Mascarenhas
Arborização: Henrique Ritter
Construção: Juarez Govoni Collovini
Fotos: Fábio Del Re
Publicações: Revista Au n° 136, julho de 2005.
Caderno Casa&Cia n° 336, Jornal Zero Hora – Porto Alegre, 15 de fevereiro de 2005.
Arqtexto, Revista Eletrônica de Arquitetura, texto especial 343, dez 2005.
Portal Vitruvius.
www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq000/especial.asp
Website/contato: www.kiefer.com.br

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Colaboração editorial: Luciana Jobim e Danilo Matoso

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Studio Paralelo

Luciano Andrades

Um refúgio para os finais de semana. Essa é a proposta desta casa localizada em São Francisco de Paula, região serrana do Rio Grande do Sul a 100 km de Porto Alegre.

Implantada no centro do lote, rodeada pela mata, a casa vence um suave declive, apoiando-se sobre uma laje em concreto armado afastada do solo de modo a não interferir no perfil natural e livrá-la da umidade ascendente. Sua volumetria é simples: duas caixas retangulares de diferentes texturas se interceptam. A maior, revestida com telha ondulada metálica, abriga o setor íntimo com as duas suítes dispostas em lados opostos. A segunda caixa, em madeira e mais transparente, atravessa o pavilhão metálico configurando o setor social e de serviço. Do transpassar desses volumes, um deck em madeira se projeta sobre a mata, atravessando o corpo principal da casa exercendo a função de acesso, hall de distribuição e varanda.

A casa foi pensada a partir de uma lógica estrutural simples, com módulos de 1.20 x 1.20m estruturada por perfis metálicos (steel frame) sobre laje em concreto armado. A composição das paredes é própria do sistema construtivo: um sanduíche formado por placas de gesso acartonado, lã de rocha, painéis de lasca de madeira prensada e membra permeável isolando a estrutura da umidade. Somente no volume em madeira o revestimento interno é o mesmo do exterior. Complementando a estrutura, uma caixa em blocos de concreto, semi-enterrada, recuada em relação à laje, conforma as fundações abrigando no maior desnível um pequeno depósito.

O projeto procurou responder as necessidades do programa desejando delimitar o espaço construído, sem mimetizar ou camuflar-se, mas apropriando-se da paisagem sem competir com a mesma.

[texto fornecido pelos autores do projeto]


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Local: São Francisco de Paula – RS
Ano do projeto: 2006
Ano de conclusão 2007
Área do terreno: 1.610m²
Área construída: 82m²
Arquitetura: Studio Paralelo ?Arq. Luciano Andrades
Cálculo fundações e laje: Multiprojetos ?Eng. Norberto e Eng. Camila Bedin
Cálculo Steel Frame: Formac Brasil ?Arq. Mônica Montané
Instalações sanitárias: JC Hidro – Eng. Julio Cesar Troleis
Instalações elétricas: Eficientysul – Eng. Marcelo Alves
Execução fundações e laje: PP Construções e Reformas
Execução: Sull Frame Engenharia ?Eng.Luciano Zardo
Fornecedores
Steel Frame: Formac Brasil
Gesso acartonado e lã de rocha: Placo Center
OSB: Masisa
Telha ondulada: Eurotelhas
Pinus autoclavado: Durapine
Esquadrias de alumínio: Arte Marcenaria
Vidros: Lapividros
Estrutura metálica: Safra
Calefator: Amesti
Mobiliário: Cometa Design
Móvel e bancada cozinha: Móveis São Chico

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Colaboração editorial: Luciana Jobim e Danilo Matoso

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Residencial – mdc . revista de arquitetura e urbanismo //28ers.com/2011/07/12/casa-varanda-rio-de-janeiro-rj/ //28ers.com/2011/07/12/casa-varanda-rio-de-janeiro-rj/#comments Wed, 13 Jul 2011 02:17:08 +0000 //28ers.com/?p=5066 Continue lendo ]]>

Carla Juaçaba

Uma casa feita para a neta do arquiteto Sérgio Bernardes e um artista plástico colombiano foi o desafio. A princípio queriam que a casa se parecesse com a Casa Lota feita por seu avô em 1950, de onde permanecem alguns materiais como o teto. A evolução do projeto se deu com muita interatividade.

A casa divide o terreno longitudinalmente em dois, a claraboia (24 m x 0.60 m) é um rasgo que acentua essa divisão. Essa implantação foi o princípio do projeto. O objetivo inicial foi preservar todas as árvores centenárias.

A visão atravessa a casa, as fachadas principais são de vidro. As paredes paralelas não impedem essa visada.

A sala está no centro, os dormitórios nos extremos. No centro a casa se abre numa ampla varanda. As casas brasileiras geralmente têm varanda, neste caso também.

O teto, desenhado com um beiral que vai 1,5 m além da parede de vidro, oferece proteção para a sala-varanda.

O que traz privacidade à cristaleira é a imersão na natureza.

O rasgo de luz desenha a passagem do dia.

A estrutura, de perfis soldados de aço corten, foi levantada em 15 dias. A vantagem do aço é que se pode dar as proporções desejadas ao material, o que varia é a espessura da chapa. A cobertura é de telhas sanduíche de zinco-alumínio, que foram colocadas em um dia.

A geografia da região, sob uma montanha e sujeita a inundações, foi o que motivou a suspensão do piso em 80 cm.

[texto fornecido pela autora do projeto]

Texto publicado originalmente em arqa.com, comunidad abierta de arquitectura, construcción y diseño.


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Local: Barra da Tijuca, Rio de Janeiro – RJ
Área do terreno: 1.153m²
Área construída: 140,4m²
Obra: 2005-2007
Arquitetura: Carla Juaçaba
Estagiárias: Joana Ramalhete e Nina Lucena
Engenheiro calculista: Pirajá dos Anjos
Construção estrutura metálica: D´angeli serviços de engenharia
Projeto de instalações: Simon Merheb
Projeto de Luminotécnica: Joana Marcier
Fotos: Fran Parente
Website/contato: www.carlajuacaba.com
Fornecedores
Vidro: Vidrospel
Piso: Pisoarte
Aço corten: Usiminas
Laje: Trelicon
Telha-sanduíche de zinco alumínio com poliuretano: Telhas Super
Marcenaria: Arte Marcenaria
 
 
 
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Colaboração editorial: Débora Andrade e Luciana Jobim

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