Terra e Tuma Arquitetos Associados – mdc . revista de arquitetura e urbanismo //28ers.com Sun, 03 Nov 2024 14:59:35 +0000 pt-BR hourly 1 //i0.wp.com/28ers.com/wp-content/uploads/2023/09/cropped-logo_.png?fit=32%2C32&ssl=1 Terra e Tuma Arquitetos Associados – mdc . revista de arquitetura e urbanismo //28ers.com 32 32 5128755 Terra e Tuma Arquitetos Associados – mdc . revista de arquitetura e urbanismo //28ers.com/2024/10/28/casa-mipibu/ //28ers.com/2024/10/28/casa-mipibu/#respond Mon, 28 Oct 2024 20:23:18 +0000 //28ers.com/?p=18748 Continue lendo ]]> Por Terra + Tuma
5 minutos

Casa Mipibu (texto fornecido pelos autores)

Esta casa representa uma situação muito comum na cidade de São Paulo, um terreno comprido e estreito [5.6×30.0m] com apenas a elevação frontal livre de interferências das edificações em seu entorno.

Fotografias: Nelson Kon

Croqui e Planta de Localização

Considerando a inevitável verticalização de seus vizinhos, todos eles colados às divisas, o primeiro passo foi inverter as fachadas, pensar o projeto ?do avesso? como se retirássemos uma luva.

Planta Térreo, Planta Pavimento Superior e Planta Cobertura

Fotografias: Nelson Kon

Quando trouxemos os caixilhos para dentro, pudemos usá-los à exaustão, tornando o interior extremamente aberto, em oposição ao perímetro externo completamente fechado.

Cortes AA, BB, CC e Elevação Frontal

Fotografias: Nelson Kon

Posicionamos dois pátios internos, funcionando como as áreas externas da casa. E eles, assim como em outros projetos do escritório, a organizam. Além de proporcionar luz e ventilação necessárias para salubridade e qualidade espacial, articulam os ambientes.

Simulações de Chuva, Sol e Som no Corte AA

Outra decisão inesperada para o cliente foi o posicionamento dos dormitórios no pavimento térreo, normalmente destinado aos ambientes sociais, e assim subimos o “térreo?para o pavimento superior.

Fotografias: Nelson Kon

Esta medida proporcionou para o pavimento íntimo, dos dormitórios, maior privacidade e silêncio. Para o pavimento social proporcionou a integração com a laje de cobertura, usada como área de lazer, e assim portanto, não ocorrendo a interrupção pelo pavimento íntimo. Tornou também as áreas sociais melhor iluminadas e ventiladas.

Fotografias: Equipe Terra e Tuma (processos da obra)

Por solicitação do cliente um destes pátios tornou-se um espelho d`água, e com ele, outro fator importante foi a concepção simultânea do projeto de paisagismo.

Fotografias: Nelson Kon

Desta forma foi possível prever uma estrutura adequada para receber tanto uma árvore de grande porte no pavimento superior, na varanda externa contígua a sala, quanto a laje que suportaria o peso das bandejas com plantas que caem sobre o espelho d ́água.

Fotografias: Nelson Kon

As soluções para este projeto são resultado de uma estreita e bem sucedida relação entre arquitetura, paisagismo e estrutura.

Fotografias: Nelson Kon


Sobre o projeto: Entrevista exclusiva para MDC.

por Danilo Terra, Fernanda Sakano, Juliana Terra e Pedro Tuma (T.T.)

MDC – Como vocês contextualizam essa obra no conjunto de toda a sua produção?

T.T. – Ela consolida o processo projetual iniciado pela Casa Maracanã e posteriormente Casa
Estúdio, e avança ainda mais em reflexões sobre a organização espacial e construtiva.

MDC – Como foi o mecanismo de contratação do projeto?

T.T. – Contratação direta.

MDC – Como foi a fase de concepção do projeto? Houve grandes inflexões conceituais? Vocês destacariam algum momento significativo do processo?

T.T. – A decisão de inverter a lógica comum de posicionar a área social no nível de acesso e
íntima no pavimento superior trouxe diversos benefícios. Primeiro tirando carga de um
pavimento repleto de paredes e móveis e fazendo com que este sim, de forma muito mais
adequada suporte um pavimento mais leve e aberto. Permitiu trabalhar com pé direito
diferente e maior no pavimento superior, social, sem acarretar em esforços estruturais
excessivos. Os ruídos externos são amenizados no pavimento íntimo, inferior. A ligação do
pavimento social é direta com a laje de cobertura, que funciona também como área de lazer,
e assim evita a transição e passagem por outros pavimentos.

MDC – Nas etapas de desenvolvimento executivo e elaboração de projetos de engenharia houve participação ativa dos autores? Houve variações de projeto decorrentes da interlocução com esses outros atores que modificaram as soluções originais? Se sim, podem comentar as mais importantes?

T.T. – Sim, neste caso decorrente da atuação dos projetistas de paisagismo ainda na fase de
estudo preliminar. O trabalho em conjunto possibilitou a proposição de soluções que
somente poderiam estar presentes se adotados nesta fase. Destacam-se as bandejas que
fazem pender plantas sobre o espelho d’água do pátio frontal, foi necessário considerar
certo reforço estrutural nesta laje. Na varanda frontal do pavimento superior propusemos o
plantio de uma árvore de grande porte, para isso foi necessário projetar e calcular uma
“caixa?vertical de concreto armado que conecta o solo do pavimento térreo a este primeiro
pavimento.

MDC – Os autores do projeto tiveram participação no processo de construção/implementação da obra?

T.T. – Este foi um dos poucos projetos em que o escritório também gerenciou a obra.

MDC – Vocês destacariam algum fato relevante da vida do edifício/espaço livre após a sua construção?

T.T. – A relação espacial entre áreas externas e internas é propositadamente gradativa e difusa.
Assim como em outros projetos, além dos fatores estruturais e espaciais, o conforto
ambiental é outro fator de relevância para as soluções propostas.

MDC – Se esse mesmo problema de projeto chegasse hoje a suas mãos, fariam algo diferente?

T.T. – Com relação à arquitetura, acreditamos que não. Já em relação às infraestruturas de
hidráulica/elétrica e alguns detalhes estruturais, sim.

MDC – Como vocês contextualizam essa obra no panorama da arquitetura contemporânea do seu país?

T.T. – Ela é parte de um conjunto de obras contemporâneas de nosso escritório que traduzem
muito bem o amadurecimento de nosso processo projetual. Além das já citadas, esta casa
tinha como sua contemporânea de construção a casa da Vila Matilde.

MDC – Há algo relativo ao projeto e ao processo que gostariam de acrescentar e que não foi contemplado pelas perguntas anteriores?

T.T. – Agradecemos imensamente a sua contribuição. Um abraço!


projeto executivo


PROJETO EXECUTIVO
COMPLETO

7 pranchas (pdf).
4,56mb


ficha técnica

Local: Bairro da Lapa – São Paulo, SP
Ano de projeto: 2014
Ano de construção: 2014 – 2015
Área: 170 m²
Arquitetura: Terra e Tuma Arquitetos Associados | Danilo Terra, Pedro Tuma e Fernanda Sakano
Colaboradores: Bianca Antunes, Cassio Oba Osanai e Eugênio Amodio Conte


Estrutura:
Megalos Engenharia
Elétrica | Hidráulica:
DCHE
Paisagismo: Gabriella Ornaghi Arquitetura da Paisagem
Serralheria: Terral Serralheria
Impermeabilização: Kenzo Harada | Vedação Tecnologia em Construção
Esquadrias de Alumínio: Metaltec Esquadrias


Fotos: Nelson Kon e Equipe Terra e Tuma
Contato: contato@terraetuma.com.br

Prémios e Exposições:
Exposição “Casas Paulistas 2000-2017” – São Paulo (2019)
Mostra Itinerante “Continuità Brasiliana” – Matera (2019)


galeria


colaboração editorial

Ana Júlia Freire

deseja citar esse post?

TERRA, Danilo. TUMA, Pedro. SAKANO, Fernanda. “Casa Mipibu”. MDC: Mínimo Denominador Comum, Belo Horizonte, s.n., out-2024. Disponível em //www.28ers.com/2024/10/28/casa-mipibu/. Acesso em: [incluir data do acesso].


]]>
//28ers.com/2024/10/28/casa-mipibu/feed/ 0 18748
Terra e Tuma Arquitetos Associados – mdc . revista de arquitetura e urbanismo //28ers.com/2024/10/28/casa-maracana/ //28ers.com/2024/10/28/casa-maracana/#respond Mon, 28 Oct 2024 20:22:27 +0000 //28ers.com/?p=18595 Continue lendo ]]> Por Terra + Tuma
5 minutos

Casa Maracanã (texto fornecido pelos autores)

A casa está localizada na Lapa, bairro predominantemente residencial da zona oeste de São Paulo, em terreno conciso e com topografia em declive.

Croqui de Corte Longitudinal e vista geral do ambiente social da residência: Pedro Kok

Ela se desenvolve em três pavimentos, abaixo e acima da cota de acesso, na qual estão implantados a garagem e o hall de distribuição da circulação vertical. Ocupando toda a largura do lote, as empenas laterais desempenham também o papel de muros de divisa e, estruturais, são feitas com bloco de concreto autoportante.

Assim, os oito metros de largura do ambiente social ficam livres da interferência de outros elementos estruturais e a residência ganha um aparente espaço extra, qualificado pelo pé-direito duplo e pelo confortável aporte da iluminação natural.

Fotografias: Pedro Kok e Cortes Longitudinais e Transversais

Há jardins na frente e nos fundos ladeando a sala de estar da cota inferior, dela separados por caixilhos de altura total que tornam indistintos os limites entre o edificado e os espaços livres.

Fotografias: Pedro Kok

Em contrapartida, o mezanino transversal, no nível intermediário, sinaliza a passagem do setor social para o de serviços e o estúdio, situados lado a lado na porção frontal e rebaixada do terreno.

Fotografias: Pedro Kok

A extrema simplicidade dos materiais – blocos de concreto autoportantes ou de vedação, sem revestimento – faz par com a exposição das tubulações, piso e escadas de concreto, todos aparentes. O cuidado na seleção dos fornecedores, por exemplo, garantiu a proximidade entre seus tons de cinza, tão claros quanto possível.

Fotografias: Pedro Kok

No andar superior, os dormitórios (três no total) dividem uma faixa de pouco mais de três metros de largura por oito de comprimento, compartilhando o banheiro que, sobressalente na fachada frontal, tem revestimento externo decorativo. O padrão de traços e círculos, nas cores branca, preta e vermelha, foi concebido pelo artista plástico Alexandre Mancini.

Plantas dos três pavimentos + Planta de Cobertura


Sobre o projeto: Entrevista exclusiva para MDC.

por Danilo Terra, Fernanda Sakano, Juliana Terra e Pedro Tuma (T.T.)

MDC – Como vocês contextualizam essa obra no conjunto de toda a sua produção?

T.T. – Seminal. Por ela o escritório encontrou um processo de reflexão e desenvolvimento de
projeto próprio, e como consequência uma linguagem identitária.

MDC – Como foi o mecanismo de contratação do projeto?

T.T. – A casa pertence aos sócios Danilo e Juliana.

MDC – Como foi a fase de concepção do projeto? Houve grandes inflexões conceituais? Vocês destacariam algum momento significativo do processo?

T.T. – Parâmetros de projeto extremamente limitantes em contraste com a liberdade de projetar
para si próprio tornaram o processo projetual em um laboratório destinado a encontrar
soluções pragmáticas, e que atendessem à família funcionalmente com a maior flexibilidade
espacial possível.

MDC – Nas etapas de desenvolvimento executivo e elaboração de projetos de engenharia houve participação ativa dos autores? Houve variações de projeto decorrentes da interlocução com esses outros atores que modificaram as soluções originais? Se sim, podem comentar as mais importantes?

T.T. – Sim. Intensa participação. E as consequências foram determinantes para o resultado final. A
que mais se destaca é o sistema construtivo adotado. Um sistema misto de alvenaria
estrutural com concreto armado tradicional.

MDC – Os autores do projeto tiveram participação no processo de construção/implementação da obra?

T.T. – Sim, e também intensa, durante toda a obra. O canteiro também determinou a adoção de
certas soluções, como a alvenaria estrutural, viabilizando a construção no alinhamento do
terreno.

MDC – Vocês destacariam algum fato relevante da vida do edifício/espaço livre após a sua construção?

T.T. – Foram incontáveis momentos da vida familiar, e até mesmo profissional, aos quais esta casa
atendeu muito bem. Sua estrutura comporta além do mais importante e trivial uso cotidiano,
até eventos e locações para fotos e filmagens.

MDC – Se esse mesmo problema de projeto chegasse hoje a suas mãos, fariam algo diferente?

T.T. – Sim, foi um processo de muito aprendizado e consequente amadurecimento em projetos e
obras posteriores.

MDC – Como vocês contextualizam essa obra no panorama da arquitetura contemporânea do seu país?

T.T. – Acreditamos que ela trata de resgatar uma linguagem projetual que não foi inventada por
nós, mas estava latente e muito pertinente ao contexto da produção arquitetônica
contemporânea.

MDC – Há algo relativo ao projeto e ao processo que gostariam de acrescentar e que não foi contemplado pelas perguntas anteriores?

T.T. – Agradecemos imensamente a sua contribuição. Um abraço!


projeto executivo


PARTE 1:
ARQUITETURA

4 pranchas (pdf).
5,02mb


PARTE 2:
DETALHES

6 pranchas (pdf).
2,6mb


PARTE 3:
ESQUADRIAS

5 pranchas (pdf).
2,1mb


PARTE 4:
ELÉTRICA

2 pranchas (pdf).
903kb


ficha técnica

Local: Bairro da Lapa – São Paulo, SP
Ano de projeto: 2008
Ano de conclusão: 2009
Área: 185 m²
Arquitetura: Terra e Tuma Arquitetos Associados | Danilo Terra, Pedro Tuma e Juliana Assali


Construção:
RKF | Rafael Alves
Elétrica | Hidráulica:
Minuano Engenharia | Cibele Báez Neme e Roberto Abou Assali
Esquadrias de Alumínio: Metaltec Esquadrias | Alexandre Hornink Mora e Fabio Cappeli
Estrutura: AVS | Carolina Ayres e Tomas Vieira
Impermeabilização: Kenzo Harada | Vedação Tecnologia em Construção
Marcenaria: Alceu Terra
Painel: Alexandre Mancini
Paisagismo: Gabriella Ornaghi Arquitetura e Paisagismo
Serralheria: Edison Shigueno


Fotos: Pedro Kok e Arturo Arrieta (Maquete)


galeria


colaboração editorial

Isabela Gomide

deseja citar esse post?

ASSALI, Juliana. TERRA, Danilo. TUMA, Pedro. “Casa Maracanã”. MDC: Mínimo Denominador Comum, Belo Horizonte, s.n., out-2024. Disponível em //www.28ers.com/2024/10/28/casa-maracana. Acesso em: [incluir data do acesso].


]]>
//28ers.com/2024/10/28/casa-maracana/feed/ 0 18595